
Pe. Scaravelli, c.s.
A Liturgia desse quinto domingo da quaresma deseja preparar os cristãos para a Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo.
Na 1a Leitura Deus propõe uma Nova Aliança, Aliança definitiva. Deus tinha feito outras Alianças com o povo, inclusive no monte Sinai, entregando a Moisés os mandamentos da Lei. O povo muitas vezes foi infiel a essas alianças. Por isso, o profeta Jeremias anuncia uma Nova e definitiva Aliança, cujos mandamentos serão gravados no coração: “Porei minha lei em vossa alma, escreverei em vosso coração. Então eu serei o vosso Deus e vós sereis o meu Povo”.
A Quaresma é o tempo de renovação dessa Aliança, selada no Batismo, escrita no nosso coração e rompida muitas vezes por cada um de nós.
No evangelho, para quem desejava conhecê-lo, Jesus explica quem Ele é.
– Muita gente queria ver Jesus. Por curiosidade, por necessidade, ou porque Jesus estava nas redes sociais daquele tempo. Muita gente falava dele. Um grupo de gregos que vinha a Jerusalém por ocasião da grande celebração da Páscoa Judia, se dirigiram aos discípulos e pediram: “Queremos Ver Jesus!”.
– Jesus se faz ver e conhecer através da imagem do Grão de Trigo. “Se o grão, que cai na terra não morrer, ele continua apenas um grão, mas se morrer, produzirá muito fruto”.
A fecundidade da vida se manifesta no sacrifício e na morte. Jesus vai morrer e nascerá a Igreja universal, não a do Edir Macedo, mas a de Jesus fundada sobre Pedro e Paulo.
O amor invisível só se revela nos sinais concretos. É necessário morrer para produzir frutos. Morrer às seguranças humanas, ao apego à própria vida (quem perder sua vida por causa de mim, ganhará a vida eterna, havia dito Jesus) e morrer à sabedoria humana que os gregos valorizavam tanto…(a cruz,- vergonha para os Judeus e loucura para os pagãos, para os gregos porque vai contra a sabedoria humana.
Jesus nos mostra que fechar-se em si mesmo é perder o sentido da vida, pois ela se plenifica quando é posta ao serviço dos outros. Quem vive apenas para si mesmo, preocupado exclusivamente pelo seu bem-estar, pela sua segurança, com o seu sucesso, e não se importa com os outros acaba se limitando a uma vida medíocre e estéril. É como o grão que permanece apenas um grão, sem produzir nada. Daí o sem sentido da vida, o desânimo, o negativismo.
Queremos ver Jesus. Esse pedido dos gregos é o anseio de todos nós. Todos nós queremos ver Jesus. Todos queremos ver e conhecer Jesus profundamente. O cristianismo é justamente esse encontro de fé com a pessoa de Jesus Cristo”.
Mas onde, quando e como encontramos a Jesus?
– O encontro com Cristo se realiza quando celebramos a Eucaristia que é o lugar privilegiado do encontro do cristão com Jesus Cristo”. A celebração eucarística dominical é uma necessidade interior do cristão, e da comunidade. Não só os católicos mantiveram a missa através de dois mil anos, mas a missa manteve os católicos através de dois mil anos, porque é na Celebração Eucarística que se dá o encontro mais profundo com Jesus.
– Podemos encontrar Jesus no sacramento da Reconciliação, que vamos celebrar amanhã à noite.
– Na Oração pessoal e comunitária que cultiva a amizade íntima com Cristo.
– Na leitura e meditação das Escrituras
– A Jesus o encontramos na Comunidade que vive a fé e o amor fraterno.
– Também o encontramos no próximo, especialmente nos pobres, aflitos e enfermos.
Todos querem ver Jesus. O mundo precisa ver e conhecer Jesus. É isso que está faltando neste mundo de violência e de injustiças. O nosso problema não é econômico ou político, mas é espiritual. O mundo precisa conhecer Jesus.
Então, siga o exemplo de Felipe nesta quaresma e convide um amigo, uma amiga, um familiar para participar da Celebração Eucarística e da Comunidade. Facilite para ele ou para ela esse encontro com Jesus. Quem sabe, será a oportunidade dele ou dela de tornar-se um grão que irá produz muitos frutos!