A partir de 2024, o dia 14 de setembro marcará a história da comunidade católica brasileira nos Estados Unidos. Nesta data, pela primeira vez, foi possível reunir todas as comunidades que celebram em português brasileiro em terras americanas. Esse evento celebra a grande acolhida e o reconhecimento da fé de um povo que veio aos Estados Unidos em busca de melhores condições de vida para suas famílias. Aqui, foram acolhidos na fé, na esperança e no amor.
Cerca de sete mil peregrinos se reuniram ao redor da Mãe de Deus, sob o título de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, para dedicar uma pequena capela — um espaço simples, mas que se tornou grande e significativo para a fé do povo peregrino. Junto com seus padres, os fiéis vieram para dar à Mãe Aparecida um lugar de honra. A Mãe Morena, como seu povo, veio para trazer força, coragem e alento àqueles que não podem sair do país, e para abraçar os que deixaram seus entes queridos no Brasil, mas continuam sustentando-os com o suor de seu trabalho. Daqui, a Mãe Morena os ampara em suas lutas e dores, em suas saudades e lágrimas. Daqui, a Mãe Morena os abraça e consola.
Logo pela manhã, recebi um telefonema de uma caravana que acabara de chegar à Basílica da Imaculada Conceição. Eu ainda estava dormindo, mas, como poderia continuar a dormir em um dia tão importante? Levantei correndo para acolher aqueles que chegavam. Muitos viajaram a noite inteira de ônibus e retornariam no mesmo dia. Um sacrifício válido para ver a Mãe de Deus. Muitos ainda participaram da caminhada que saiu da Igreja do Sagrado Coração até a Basílica. Com cantos e a reza do terço, chegaram e foram recebidos por uma banda de música em frente à Basílica, em uma explosão de alegria e emoção.Pela manhã, o Diácono Emanuel, do Instituto Hesed, bem como as Irmãs Kelly Patrícia, Teresa e mais duas religiosas, ajudaram na animação, oração e pregação. Dom Cristiano Barbosa colaborou na oração do terço. A Ave Maria era entoada com tanta emoção e gratidão que parecia irreal o que estávamos vivendo. Os bancos, os corredores e as capelas laterais estavam completamente lotados. Tudo por causa de Nossa Senhora, Mãe de nosso Senhor.
Até a hora do almoço, o ambiente era assim, cheio de fé e devoção. Então veio o momento da paciência: havia filas em todos os lugares. Mesmo assim, a gratidão era maior. Às duas da tarde, iniciou-se a celebração eucarística, com a presença do Núncio Apostólico, Sua Eminência Cardeal Christophe Pierre, de Dom Edgar da Cunha, bispo de Fall River, MA, de Dom Cristiano Barbosa, bispo auxiliar da arquidiocese de Boston, de Dom Adilson Buzin, bispo de Chapecó, SC, Brasil, e de Dom Luiz Fernando Lisboa, bispo de Cachoeiro do Itapemirim, ES, responsável pelos brasileiros no exterior e representante da CNBB. O Cardeal Seán Patrick O’Malley, arcebispo de Boston, MA, presidiu a celebração, acompanhado por outros bispos. Vale destacar também a presença de mais de 60 padres, diáconos e religiosas, que rezaram com os brasileiros. A celebração foi enriquecida por uma música bem ensaiada e executada com excelência.
No ponto alto da celebração, recebemos Jesus, o Alimento da Alma. Em seguida, entronizamos Maria, aquela que foi o primeiro sacrário da humanidade. Ao final da tarde, para encerrar o evento, todos foram convidados a assistir a um show com a Irmã Kelly Patrícia, do Instituto Hesed.
Nossa gratidão vai para a equipe organizadora e para a EWTN, que disponibilizou o sinal para a transmissão ao Brasil, além da TV Evangelizar e da Canção Nova, que também transmitiram esse evento único e tão significativo para a comunidade brasileira nos Estados Unidos.
